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domingo, 17 de maio de 2009

Clipe de domingo: Tu Vuo' Fa L'Americano

Neste domingo, vale conferir a cena que se passa em uma casa de jazz na costa italiana do excelente filme O talentoso Ripley (The Talented Mr. Ripley, EUA, 1999).
A música é interpretada por Matt Damon, Jude Law, Fiorello e The Guy Barker International Quintet.

Melhor assistir e gravar, pois a Paramount está solicitando ao Youtube a retirada de todos os vídeos do filme, sob alegação de violação de direitos. Por isso, a janela abaixo é apenas para quem quer ouvir a música na íntegra. Para ver um trecho da cena, em HD, basta acessar este link para outro vídeo do youtube.

Puorte 'e cazune cu nu stemma arreto...
na cuppulella cu 'a visiera aizata...
passa scampanianno pe' Tuleto
comm'a nuguappo, pe' se fa' guarda'...

Tu vuo' fa' l'americano
mericano, mericano...
sient'a mme chi t' 'o ffa fa'?
tu vuoi vivere alla moda,
ma se bevi "Whisky and soda"
po' te siente 'e disturba'...
Tu abball' o' rocchenroll
tu giochi a baisiboll...
ma e solde p' e' Ccamel
chi te li da
la borsetta di mamma

Tu vuo' fa' l'americano
mericano, mericano...
ma si' nato in Italy!
sient' a mme: nun ce sta niente 'a fa'
ok, napulitan!
tu vuo' fa' l'american
tu vuo' fa' l'american!

Come te po' capi' chi te vo' bbene
si tu lle parle miezo americano?
quanno se fa ll'ammore sott' 'a luna
comme te vene 'ncapa 'e di' "I love you"?

Tu vuo' fa' l'americano
mericano, mericano...
sient'a mme chi t' 'o ffa fa'?
tu vuoi vivere alla moda,
ma se bevi "Whisky and soda"
po' te siente 'e disturba'...
Tu abball' o' rocchenroll
tu giochi a baisiboll...
ma e solde p' e' Ccamel
chi te li da
la borsetta di mamma

Tu vuo' fa' l'americano
mericano, mericano...
ma si' nato in Italy!
sient' a mme: nun ce sta niente 'a fa'
ok, napulitan!
tu vuo' fa' l'america
tu vuo' fa' l'america
tu vuo' fa' l'america!

Publicado por Thyago Mathias

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Desconstruindo Vik Muniz (1)

Quem é Vik Muniz?
O que ele faz pode ser chamado de Arte? Sim ou não, ele não se preocupa em levantar esta questão. Seu trabalho consiste em reproduzir obras conhecidas com o auxílio de uma caneta-laser e muitos operários pagos com o dinheiro do homem rico que quis ser artista e, pela repercussão obtida, parece que conseguiu!

Segue uma análise de Diogo Mainardi, publicada na coluna da Veja de 13 de maio, que vale ser conferida pela análise exagerada, mas ainda lúcida.


"Vik Muniz reproduz a Mona Lisa com pasta de amendoim e a Última Ceia com calda de chocolate. Em vez de ganhar um programa no Discovery Kids, ele tem suas obras compradas pelo MoMA"

Mister Maker tem um programa no Discovery Kids. Ele ensina a pintar coelhos e paisagens marinhas usando materiais insólitos como balas de goma, embalagens de ovos e tampinhas de garrafa. Vik Muniz é o Mister Maker do MoMA. Ele reproduz a Mona Lisa com pasta de amendoim e a Última Ceia com calda de chocolate. Em vez de ganhar um programa no Discovery Kids, ele tem suas obras compradas pelo Museu de Arte Moderna de Nova York.

Aleijadinho? Portinari? Hélio Oiticica? Lygia Clark? Ninguém é páreo para Vik Muniz. Ele é o artista brasileiro mais festejado de todos os tempos. Ele está para a arte brasileira assim como Leonardo da Vinci está para a arte italiana. O que já diz tudo sobre a arte brasileira.

Vik Muniz valorizou as técnicas mais desprezadas da história da arte: a cópia e o trompe-l’oeil. Primeiro, ele copia, fotografando. Em seguida, reconstrói a imagem colando sobre ela elementos de uso cotidiano, como molho de tomate, geleia de amora e soldadinhos de plástico, em forma de mosaico. O resultado se assemelha às telas de Arcimboldo, o pintor maneirista que compunha figuras humanas a partir de legumes, frutas e livros. Além de ser o Mister Maker do MoMa, Vik Muniz é o Arcimboldo cearense. O Arcimboldo pau de arara.

Nos últimos anos, os artistas brasileiros se espalharam por museus e galerias dos Estados Unidos e da Europa. Vik Muniz é o mais popular de todos. Mas há outros na cola dele. Em particular: Cildo Meireles, Beatriz Milhazes e Ernesto Neto. Inicialmente, eles eram patrocinados pelo Banco Santos, do fraudador Edemar Cid Ferreira. Assim como as mulheres dos deputados, os artistas brasileiros iam a Veneza, Berlim ou Nova York com todas as despesas pagas pelos contribuintes. Agora isso mudou. Eles ganharam o mercado mundial.

Em 1891, Paul Gauguin abandonou Paris e foi retratar os selvagens no Taiti. Um século depois, os artistas brasileiros percorreram o caminho inverso: eles representam os selvagens do Taiti indo retratar Paul Gauguin em Paris. Vik Muniz é aquela taitiana com o seio de fora. Ele é aquela taitiana de cócoras. Ele é aquela taitiana segurando uma fatia de melancia.

A meta de Vik Muniz é "romper a hierarquia da arte". É o que ele faz quando pendura uma cópia de Rafael ao lado de uma cópia de Bosch. O mesmo discurso populista e popularesco é estendido ao público de suas obras. Segundo ele, tanto faz se o espectador é um curador de arte ou um bilheteiro. Vik Muniz sempre diz que é um produto do Brasil. E é mesmo. Nós rompemos a hierarquia das ideias, dos valores, dos gostos, dos costumes, das leis. Os outros fizeram a Mona Lisa. Nós a lambuzamos com pasta de amendoim.
Publicado por Thyago Mathias

Fundo para Jornalismo Investigativo recebe inscrições até 23 de maio

Do Knight Center for Journalism

O Fundo para Jornalismo Investigativo (FIJ, por suas siglas em inglês) está recebendo inscrições para sua próxima rodada de financiamentos até 23 de maio, informa a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). As bolsas, que vão de 500 a 10 mil dólares por trabalho, são destinadas a jornalistas free-lance ou independentes que estejam buscando ajuda para projetos de reportagem ou livro de investigação que envolvam corrupção, má conduta, incompetência e males da sociedade em geral, bem como uma crítica à mídia investigativa, diz o anúncio do FIJ.

Para inscrever-se, os interessados devem: enviar uma proposta detalhada de seu projeto e de como pretendem conduzir a reportagem, incluindo as fontes; informar sobre o dinheiro necessário para o projeto; e enviar seu currículo, contendo sua experiência jornalística e exemplos de trabalhos anteriores. Além disso, os candidatos devem enviar uma carta assinada por um meio de comunicação, onde este se compromete a publicar ou televisionar a reportagem quando estiver pronta. Aqueles cujos projetos forem livros investigativos devem enviar uma cópia de seu contrato assinado com uma editora, diz a Abraji.

Os candidatos devem enviar o material para o endereço nos Estados Unidos: 910 17th Street NW 7th Floor Washington, DC 20006. Saiba mais no site do FIJ.

Publicado por Thyago Mathias

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Academia de Jornalismo da BBC, em português

Além de seu centro de treinamento online, que já oferecia oferecia gratuitamente a jornalistas do mundo inteiro o mesmo material utilizado na formação de seus funcionário, a faculdade de Jornalismo da BBC (British Broadcasting Corporation) e a BBC World acabam de lançar páginas em português e espanhol com recursos específicos de treinamento.

O site da Faculdade de Jornalismo em português dá especial ênfase aos seguintes temas: princípios editoriais, uso de linguagem imparcial e equilibrada, precisão jornalística, atribuição de fontes e manchete.

A página em espanhol inclui vídeos e textos sobre módulos que discutem imparcialidade, transparência, rigor, responsabilidade, independência e boas práticas do jornalismo.

Um link para a página de treinamento em português estará, a partir de agora, permanentemente destacada na seção "vale conferir" deste blog.

Publicado por Thyago Mathias

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A cada domingo, menos fantástico

Da coluna de Daniel Castro na Folha de S. Paulo

A TV brasileira está vivendo um fato novo. Pela primeira vez, há uma disputa equilibrada pelo segundo lugar no Ibope em pleno horário nobre, o dos domingos, principalmente entre 20h e 23h. O "Fantástico" continua líder, mas não como antes. Com estratégias de guerrilha, SBT, Record e Rede TV! disputam acirradamente a vice-liderança na Grande SP. O fenômeno vem ocorrendo desde março. No último domingo, o "Fantástico" teve 20,7 pontos de média, o "Domingo Legal", 14,6, o "Domingo Espetacular", 10,8 e o "Pânico", 9,2.
Publicado por Thyago Mathias

terça-feira, 12 de maio de 2009

Cabral, Garotinho ou Gabeira?

Que futuro espera o Estado do Rio de Janeiro a partir das eleições do próximo ano? Há mais de um ano do pleito de 2010, os partidos políticos já se movimentam de olho no Governo do Estado e três nomes aparecem desde agora como os prováveis concorrentes de peso: o atual governador Sérgio Cabral, que conta com a força do PMDB e o apoio do presidente Lula; o ex-governador Anthony Garotinho, que deve mudar de partido e renovou, recentemente, suas forças no interior, além de ganhar apoio de grupos evangélicos na capital; e o candidato verde Fernando Gabeira, deputado federal mais votado do estado e fenômeno da última disputa eleitoral na capital.

O ex-Blog do Cesar Maia do dia 07 de maio divulgou alguns números preliminares que valem ser acompanhados:

1. Os partidos -nacional e regionalmente- e pré-candidatos começam a fazer pesquisas para governador (ERJ) em 2010. Hoje se tem um quadro de partida muito interessante pela incerteza generalizada. Nenhum dos nomes pode garantir que é favorito para ir ao segundo turno. Atenção: não é para ganhar, mas simplesmente passar para o segundo turno.

2. O PSDB, o DEM e o PPS estarão juntos em nível nacional e, no ERJ também o PV, todos em apoio ao Serra, candidato a presidente (supondo ser ele). A experiência de várias eleições mostra que uma forte candidatura a presidente alavanca a candidatura a governador. Em 1990 a eleição de governador foi solta. Em 1994 venceu FHC e no ERJ Marcello Alencar de seu partido. Em 1998 venceu FHC, mas sua base (PFL e PSDB) foi separada e com isso no primeiro turno a vinculação com o PSDB, em um candidato a governador que estava fora da disputa, prejudicou a ambos. Em 2002, Lula e Rosinha. Em 2006, Lula e Cabral.

3. Essa vinculação alavancadora impõe que a coligação no ERJ em torno de Serra não se divida e tenha um só candidato a governador. O presidente nacional do DEM já informou ao governador José Serra que o DEM deixa à vontade a coligação para escolher o candidato a governador e que só oferecerá um nome em última instância, quando e se solicitado pelos demais. Com isso as pesquisas devem trazer um nome só desta coligação (Gabeira, Denise e Maia) e oferecer listas alternativas.

4. A novidade é a queda do governador Cabral entre os eleitores de menor renda. Provavelmente pelo efeito combinado muro/truculência urbana/mortes em comunidades, com ênfase na capital. Garotinho ressurgiu e já é mais forte que Cabral no Interior e seu nome passou a existir na capital, nas áreas mais carentes. Alternando Cesar Maia e Gabeira vemos que a soma dos dois nas pesquisas anteriores se transforma em intenção de voto com um nome só nas atuais. Gabeira vai melhor que Maia na Capital, mas este vai melhor que aquele fora da Capital. No final a soma é a mesma.

5. A dúvida fica quanto à candidatura de Lindbergh, do PT. Hoje ele tem uns 7%, mas se chegar a 10% antes de junho do ano que vem, será provavelmente candidato a governador. Com esses 4 nomes, Cabral terá muita dificuldade de ir para o segundo turno. A publicidade na TV mostra sua ansiedade.

6. Os resultados surpreendem. Para uma expectativa de 20% de abstenção, brancos e nulos, dos 80% restantes, quando se apresentam 3 nomes: Cabral, Garotinho e Gabeira (ou Maia), o jogo está empatado em torno de 26%. Com Lindbergh a troca é inteira com Cabral e ficam Garotinho e Gabeira (Maia) com 26%, Cabral com 19% e Lindbergh com 7%. A coligação PSDB/DEM/PPS e PV avalia que com a puxada de Serra, seu candidato garante o patamar nestes 26% e pode crescer uns 5 a 7 pontos contra Cabral e Garotinho. Ou seja, 31% e Cabral e Garotinho entre 23% e 24%.
Publicado por Thyago Mathias

Kreatori - Coletivo de Arte

Espaço que promete abrigar um coletivo de expressões artísticas, além de encontros, cursos e trocas de experiência, a Kreatori tem sua inauguração marcada para a quarta-feira 14 de maio. Das 7pm às 10pm, ela apresenta sua primeira exposição: Capturas, de Fernando Filho.

A Kreatori fica na Rua Alice, 209 - no bairro carioca de Laranjeiras - e merece uma visita a seu site (clique aqui).
Publicado por Thyago Mathias

segunda-feira, 11 de maio de 2009

121 anos da Lei Áurea

Nesta quarta-feira, 13 de maio, completam-se 121 anos da assinatura da Lei Áurea. Ainda que uma parte - a mais intratável - do movimento negro a rejeite, foi esta norma assinada pela princesa regente Dona Isabel que pôs fim à vergonha da escravidão no Brasil. Com todas as imperfeições que a República Velha não permitiu reparar, a Lei Áurea permanece válida e temos que ter cuidado para não inverter racismos e nem rasgá-la!

Às 11am, a missa comemorativa anual da Imperial Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos será celebrada por Dom Edson de Castro Homem, bispo auxiliar, na Igreja do Rosário (Rua Uruguaiana, 77), no centro do Rio.
Publicado por Thyago Mathias

Comércio e negociações internacionais para jornalistas

Com apoio da Embaixada Britânica no Brasil, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e o Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (ICONE) lançam nesta terça-feira, 12 de maio, o livro Comércio e negociações internacionais para jornalistas.

Quem comparecer ao lançamento, às 5pm, na sede do CEBRI (Rua do Russel, 270 - 2º andar - Glória, Rio de Janeiro), ganhará um exemplar gratuito do livro, que promete ser uma ferramenta útil a jornalistas que precisam se familiarizar com termos e dados do comércio internacional.

As inscrições e informações sobre este e outros eventos podem ser encontradas na página do CEBRI.

Publicado por Thyago Mathias

domingo, 10 de maio de 2009

Clipe de domingo: "Dance with me", Nouvelle Vague

Para este domingo, o excelente clipe da banda Nouvelle Vague, feito sobre uma cena do filme Bande a parte.

Publicado por Thyago Mathias

Curso: "O mundo árabe contemporâneo - história e geopolítica"

O material utilizado no curso O mundo árabe contemporâneo - história e geopolítica, coordenado pela prof. Dra. Arlene Clemesha, da Universidade de São Paulo (USP), pode ser baixado gratuitamente na página do Instituto da Cultura Árabe (clique aqui).

Entre os temas tratados encontram-se a formação identitária, a queda do Império Otomano, o islamismo como ideologia política e o caso palestino. O instituto também disponibiliza outros cursos, focados na cultura ou em reflexões sobre os desafios do mundo árabe.

Na foto em destaque, um detalhe dos painéis que revestem o Institute du Monde Arabe, em Paris.
Publicado por Thyago Mathias

sábado, 9 de maio de 2009

Biblioteca Digital Mundial

Vale conferir a Biblioteca Digital Mundial, lançada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), há poucos dias.

Ela disponibiliza gratuitamente o acervo de grandes bibliotecas e instituições culturais de países dos cinco continentes, como a Crônica de um Tribunal Javanês em Yogyakarta, que ilustra este post.

Livros, imagens, manuscritos, mapas, filmes e gravações de bibliotecas em todo o mundo foram digitalizados e traduzidos em diversas línguas para a abertura do site. Entre os documentos, há a obra da literatura japonesa O Conde de Genji, do século 11, considerado um dos romances mais antigos do mundo, e também o primeiro mapa que menciona a América, de 1507, realizado pelo monge alemão Martin Waldseemueller e que se encontra na Biblioteca do Congresso americano. Também estão lá as primeiras fotografias da América Latina, que integram o acervo da Biblioteca Nacional do Brasil, o maior manuscrito medieval do mundo, conhecido como a Bíblia do Diabo, do século 12, que pertence à Biblioteca Real de Estocolmo, na Suécia, e manuscritos científicos árabes da Biblioteca de Alexandria, no Egito. Até o momento, o documento mais antigo da Biblioteca Digital da Unesco é uma pintura de oito mil anos com imagens de antílopes ensanguentados, que se encontra na África do Sul.

Clique aqui e conheça o projeto.
Publicado por Thyago Mathias

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Há lugar para universitários de jornalismo? (2)

O jornalista Ricardo Kotscho publicou na revista Brasileiros um ensaio que cai muito bem como completo ao post anterior deste blog, sobre o futuro das universidades e dos universitários de Jornalismo, em um momento de crise e em que, no Brasil, estamos prestes a ver o fim da exigência de diploma para exercício da profissão.

Kotscho não é mais otimista do que Sarah Lucy, autora das questões expostas anteriormente, mas seu enfoque é saudosista e quase conservador. A transformação que ele lamenta não é a do fim de espaço profissional para os nascentes jornalistas, mas seimplismente o fim do idealismo romântico de quem fazia Jornalismo com a missão de transformar o mundo. De qualquer maneira, é uma visão realista e que vale ser acompanhada:

Faz muitos anos que os cursos de comunicação social que formam jornalistas são os mais cobiçados nos exames vestibulares. Faculdades de jornalismo pipocam por todo país, são centenas por toda parte.

Por isso, eu me pergunto: por que tanta gente quer ser jornalista, exatamente neste momento em que se anuncia a morte dos jornais e a nossa profissão é tão criticada pelo conjunto da sociedade?

Além disso, estamos prestes a ter uma decisão do Supremo Tribunal Federal, provavelmente acabando com a obrigatoriedade do diploma, o que, na prática, significa que qualquer um poderá ser jornalista, como já ver acontecendo.

Claro, eu sei que com o crescimento das novas mídias eletrônicas ninguém mais precisa ter diploma nem emprego para ser jornalista, pois cada um pode fazer seu próprio jornal na internet.

Mesmo assim, uns 50 mil jovens, ninguém sabe ao certo quantos, estão hoje cursando faculdades de jornalismo para ter um diploma. Daqui a pouco vamos ter um contigente maior de estudantes do que o conjunto de profissionais em atividade.

Cada vez que faço uma palestra ou participo de debates em faculdades, vejo aquele mundão de gente no auditório e me preocupo com o futuro profissional daqueles jovens. Haverá emprego e trabalho para todos?

Emprego bom, não sei, mas trabalho certamente quase todos terão se quiserem mesmo ser jornalistas. Mudaram tanto as relações de trabalho que você hoje já não sabe quem é patrão e quem é empregado de quem diante dos milhares de títulos de impressos e de assessorias de imprensa, sites e blogs na internet.

O mais difícil é saber por que e para que eles querem ser jornalistas. Fiz esta pergunta aos meus alunos quando dei aulas por um período na USP e na PUC/SP no século passado e poucos souberam responder.

Cheguei à conclusão de que a maioria estava ali porque jornalismo era a profissão da moda, sem a menor idéia do que gostaria de fazer na profissão, além de aparecer na tela da TV Globo, é claro, ou ter uma coluna na Folha ou na Veja.

Aquela velha história de idealismo, compromisso social, mudar o mundo, e todos os sonhos dos meus tempos de estudante, acabou. A grande maioria quer mesmo é se dar bem, fazer sucesso e ganhar uma boa grana, sem saber como.

Fico impressionado com a quantidade de estudantes que me procuram para dar entrevistas, fazer palestras, dar depoimentos para seus TCC (Trabalho de Conclusão de Curso, uma praga que inventaram para atazanar a vida de velhos jornalistas) ou simplesmente conversar sobre a profissão.

Muitos deles buscam apenas uma palavra de estímulo, um alento, já que em suas escolas os professores os desanimam tanto diante das dificuldades que encontrarão no mercado de trabalho que muitos desistem antes mesmo de tentar alguma coisa.

E, no entanto, a cada encontro com estudantes de jornalismo me surpreendo não só com a quantidade, mas também com o entusiasmo e a qualidade de alguns deles, dispostos a encontrar nesta profissão não apenas uma opção profissional, mas uma opção de vida.
Publicado por Thyago Mathias

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Há lugar para universidades de Jornalismo? E para universitários?

Com informações do Knight Center for Journalism

No momento em que empresas jornalísticas ao redor do mundo, especialmente nos Estados Unidos, sentem os efeitos da crise econômica, Sarah Lacy, colunista do blog TechCrunch, questiona: “Quem é o maluco que está se matriculando em escolas de jornalismo atualmente?

Segundo reportagem da revista Forbes citada por Lacy, o número de matrículas em escolas de jornalismo americanas cresce consideravelmente, apesar de quase um sexto dos empregos em jornais no país ter evaporado desde 2001.

Mas a nova realidade já parece bater à porta de jovens estudantes de jornalismo. “Quando pergunto a aspirantes a jornalistas onde querem estar em dez ou vinte anos, nenhum deles diz ‘New York Times ou Wall Street Journal’. Eles querem ter um blog famoso. E alguns já o têm”, escreve.

Lacy, que também possui uma coluna na revista Business Week e apresenta um programa no portal do Yahoo, começou a carreira num pequeno semanário de negócios na cidade de Memphis, no estado americano do Tennessee. Apesar de vir de uma família de acadêmicos, ela nunca frequentou uma faculdade de jornalismo. “Eu tive grandes editores, aprendia uma tonelada por dia sobre quase tudo, desde a forma como obter informações das pessoas até onde colocar uma vírgula e onde definitivamente não colocá-la”, diz.

Lacy defende que os profissionais não precisam de um diploma em jornalismo por acreditar que as universidades “forçam um estilo que um bando de dinossauros está de acordo, o que era aceitável há um ‘zilhão’ de anos. Então, na era dos blogs, [o jornalista formado] não tem voz”. Para Lacy, as velhas fórmulas já provaram não garantir o sucesso de um jornalista. “Gosto de brincar que sou ‘desqualificada’ para fazer o meu trabalho. Não sei como escrever um texto em pirâmide invertida, ou mesmo o que isso significa”.

Segundo estimativa bastante realista do jornalista Ricardo Kotscho, há cerca de 50 mil pessoas estudando Jornalismo, hoje, no Brasil. Quantos deles vão atuar na área em que se formaram? Quantos vão conseguir sobreviver diante de salários cada vez mais comprimidos, diante de uma oferta de trabalhadores que disputam a tapa e indicações - o velho QI - uma vaga nas redações, sem chance de encontrar o brilho que sonharam à frente de uma coluna ou mesmo das câmeras.
Publicado por Thyago Mathias

terça-feira, 5 de maio de 2009

II Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade

O II Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade acontece entre os dias 6 e 7 de maio, em São Paulo, no Palácio das Convenções do Anhembi, e traz ao Brasil políticos, empresários e personalidades como o líder indígena André Baniwa, a pacifista Monja Coen, o filósofo Mario Sergio Cortella, o intelectual colombiano Bernardo Toro, a educadora Terezinha Azerêdo Rios e Mohan Munasinghe.

A discussão será permeada pelos conceitos descritos na
Carta da Terra – documento criado em 2000 e que tem como premissas a preservação ambiental, o fim de todos os tipos de preconceitos, a união e a harmonia dos povos; além, é claro, da sustentabilidade como uma necessidade ao desenvolvimento e preservação da espécie humana.
Para fazer sua incrição ou obter mais informações sobre o fórum, clique aqui e conheça o site.
Publicado por Thyago Mathias

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O que ameaça a liberdade de imprensa? E quem a imprensa ameaça?

Como parte das comemorações do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (Unic Rio de Janeiro), a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Intercom Sudeste realizam o Seminário O que ameaça a liberdade de imprensa? E quem a imprensa ameaça?. Com entrada gratuita, ele acontece no dia 06 de maio de 2009, a partir das 9 horas, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ e contará com a presença do ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Confira a programação completa no site do evento.
Publicado por Thyago Mathias

domingo, 3 de maio de 2009

Clipe de domingo: Fantástico Musical - Paulinho da Viola e Clara Nunes (1976)

Um momento de saudosismo para um domingo que promete não deixar saudades.

Paulinho da Viola e Clara Nunes se encontraram em um musical para o Fantástico, exibido em março de 1976. No auge de suas carreiras, os dois combinaram seus sucessos, que já eram muitos, em um pot-pourri exclusivo: "Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida", "O Mar Serenou", "Argumento", "Tristeza Pé no Chão", "Pecado Capital", "Menino Deus", "Guardei Minha Viola", "Conto de Areia".


Salve Clara!
Publicado por Thyago Mathias

sábado, 2 de maio de 2009

O fim da Lei de Imprensa

Com informações do Knight Center for Journalism

Em continuidade ao julgamento iniciado em 1° de abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou totalmente a Lei de Imprensa, editada pelo regime militar em 1967, informa O Globo. Com o fim da lei, as penas de prisão específicas para jornalistas deixam de existir, proibindo os juízes de todo o país de tomar decisões com base na extinta legislação, acrescenta o G1.

A partir de agora, o judiciário deverá basear-se nos códigos civil e penal para julgar questões relativas à atividade jornalística, diz o Comunique-se. Sete dos 11 ministros votaram pela revogação completa da lei, três votaram por sua revogação parcial, defendendo que alguns artigos fossem mantidos, e apenas um ministro votou pela manutenção do texto.

Um dos assuntos mais debatidos no julgamento foi o de direito de resposta. O presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, que votou pela revogação parcial da lei, defendeu a manutenção dos dispositivos relativos ao tema, segundo o UOL Notícias. "Vamos criar um vácuo jurídico em relação aquele que é o único direito de defesa do cidadão, a única forma de equalizar essa relação, que é desigual", afirmou o ministro.

Entre as mudanças, estão “penas mais brandas para os crimes de injúria, calúnia e difamação, que eram punidos por até três anos de prisão”, diz outra matéria do G1. Pelo Código Penal, por exemplo, essas penas não passarão de dois anos. Leia as outras mudanças aqui.
Ao concluir o julgamento, Gilmar Mendes disse que este é "um convite à imprensa de fazer um processo responsável de autorregulação tal como ocorre em alguns países”, acrescenta O Globo.

De acordo com outra nota dO Globo, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) aprovam a revogação, mas preocupam-se com a falta de normas específicas, o que deixa jornais e jornalistas à mercê de imprevisíveis decisões judiciais. O presidente da Fenaj, Sérgio Murillo, por exemplo, teme que, sem legislação específica para o direito de resposta, juízes poderão inviabilizar empresas de comunicação com indenizações exorbitantes, diz o jornal.

Assista matéria da GloboNews sobre a decisão do STF.
Publicado por Thyago Mathias

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Media Helping Media

Com informações do Knight Center for Journalism

O repórter David Brewer lançou o “Media Helping Media” (MHM), um site de capacitação em inglês voltado principalmente a profissionais da mídia que se encontram em países em transição, países pós-conflito, e áreas onde as liberdades de expressão e imprensa estão ameaçadas, informa a Rede Internacional de Jornalistas (IJNet, por suas siglas em inglês).

As quatro categorias de treinamento são: gestão de mídia, ética editorial, jornalismo geral, e jornalismo investigativo, e os módulos incluem "Como ingressar no jornalismo online", "Técnicas de entrevistas na frente da câmera" e "Como criar uma estratégia de conteúdo". O MHM tem colaboradores voluntários de todo o mundo.

O site é mantido por Brewer, jornalista envolvido no desenvolvimento da mídia internacional que trabalhou para a BBC por mais de 20 anos. O MHM não tem patrocínio nem aceita publicidade.

A partir de hoje, um link para o MHM está permanentemente disponível entre os sites listados no canto direito deste blog. Vale a visita!

Publicado por Thyago Mathias