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quarta-feira, 18 de março de 2009

MC Boquinha e Claudinho da Academia: uma dupla quase perfeita

Se o Brasil não parece um país sério, o que falar do Rio de Janeiro, enquanto estado e município? Além de contar com uma juíza que fecha os olhos para infrações ao meio-ambiente e à ordem urbana, o Rio elege e aplaude vereadores como Claudinho da Academia (PSDC), que todo mundo sabe que é ligado ao tráfico na favela da Rocinha, mas finge não ver.

No episódio da "demolição do minhocão", surge, para piorar a história, um personagem chamado MC Boquinha, que ninguém sabe ao certo se é apenas uma exploradora da ilegalidade instaladas nos morros cariocas ou se é uma pobre laranja podre na lista de Claudinho e que ainda não caiu do pé.

Vale, aqui, reproduzir matéria do Globonline do dia 17 de março, que mostra a ligação entre os advogados de Boquinha e os assessores de Claudinho. Como servidores comissionados, não poderiam exercer a advocacia, mas a OAB e o Judiciário ainda esperam "uma provocação" para puní-los e declarar nulo o pedido de liminar. O que não se sabe é se, como muitos comissionados municipais, eles de fato exerciam a advocacia ou de fato trabalhavam no gabinete de Claudinho na Câmara.

A matéria:

Os advogados que assinaram o pedido de liminar para que fosse impedida a demolição do prédio conhecido como Minhocão, na Rocinha, são servidores públicos comissionados, nomeados no gabinete do vereador Claudinho da Academia (PSDC). Dados da Câmara Municipal do Rio de Janeiro revelam que Márcia Valeria Carvalho Paiva e Marcelo Alessandro Clarindo dos Santos tem matrículas no gabinete de Claudinho.
Por isso, os dois são impedidos de exercer a advocacia de acordo com a vereadora Andrea Gouvêa Vieira (PSDB), que cita o artigo 30 da lei 8.906, de 4 de julho de 1984, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) informou que vai aguardar uma denúncia formal da vereadora para avaliar o caso de acordo com o código de Ética e disciplina do Estatuto da Advocacia da Ordem.
O site G1 informou que os dois advogados se afastaram do processo judicial, segundo informou o vereador Claudinho, que negou saber o envolvimento dos funcionários com a causa antes da liminar expedida na segunda-feira.
O secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias, disse nesta terça-feira que a prefeitura recorrerá da decisão judicial que suspendeu
a demolição do Minhocão da Rocinha . O secretário afirmou que a decisão é um estímulo às construções irregulares, mas "a prefeitura não recuará das operações de choque de ordem". A destruição da construção, que estava programada para esta terça, foi adiada. O prédio - longo e com dois andares de quitinetes - está sendo erguido sem licença da prefeitura.
Dias disse ter se surpreendido com
a liminar concedida às 4h desta terça para a moradora Maria Clara dos Santos, proprietária do imóvel . O texto da liminar da juíza Regina Lúcia Passos diz que a demolição do prédio seria uma atuação midiática, que renderia a venda de alguns jornais, mas não resolveria o problema. A juíza determinou a aplicação de multa de um milhão de reais caso a prefeitura descumpra a ordem judicial.
Segundo o secretário, o "Minhocão" não é uma moradia familiar, mas sim uma construção com objetivo de gerar lucro. Segundo ele, o edifício de 600 metros quadrados necessitou de um investimento de, no mínimo, R$ 460 mil.

A proprietária do prédio, Maria Clara Santos, conhecida na Rocinha como MC Boquinha, de 44 anos, se defendeu na segunda-feira, dizendo que o edifício é destinado à sua família e não a aluguel. Segundo ela, o prédio tem 18 quitinetes - 15 delas na parte superior, e três no andar de baixo, junto com a futura casa de Maria Clara.
- Estou vivendo num quarto com meus cinco filhos, um neto e meu marido - alegou Maria Clara, acrescentando que quem a está ajudando financeiramente a construir o Minhocão é o sobrinho Frederico Salviano dos Santos, que ajudou a criar e estaria com leucemia morando na Alemanha.
Maria Clara não informou quanto está custando a obra. Ela garantiu que não teria sido notificada nem recebido multas da prefeitura. E negou que tivesse um emprego na sede da União Pró-Melhoramentos dos Moradores da Rocinha, dizendo que trabalha como faxineira.
Por sua vez, o vereador Claudinho da Academia (PSDC), presidente licenciado da principal associação de moradores da Rocinha, se disse contrário ao crescimento desordenado e à especulação imobiliária na favela. Mas declarou ser contrário à demolição do Minhocão.
- A Maria Clara começou a construir o prédio em 2005 e está tentando se regularizar. Ela contou que há um engenheiro responsável pelo projeto e que o prédio é para a sua família. Além disso, não existe uma política habitacional neste país.


Publicado por Thyago Mathias

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